domingo, 24 de maio de 2009

Conhecendo o Mundo


Há muitos modos de se conhecer o mundo. Tudo depende da situação, do sujeito e do meio que diante do objeto do conhecimento travamos algumas interpretações e algumas crenças. Ao olhar as estrelas no céu noturno, um índio as enxerga a partir de um ponto de vista bastante diferente de um astrônomo. O índio vê nas estrelas nada mais que luzes enviadas por seus deuses para iluminar a noite. O cientista vê astros que têm luz própria e que formam uma galáxia. O índio compreende e conhece as estrelas a partir de um ponto de vista mitológico ou religioso. O astrônomo as compreende e conhece a partir de um ponto de vista científico.


Ou seja, a mitologia, a religião, a ciência são formas de conhecer o mundo. São modos de conhecimento, de interpretação, assim como o senso comum, a filosofia e a arte. Pois cada um desvenda, com suas maneiras, os segredos do mundo, ora em contato umas com as outras, ora em plena sintonia com suas bases intelectuais.


O interessante no desvendar do conhecimento a partir de estudos científicos ou até crenças religiosas são os aspectos de abrangência de suas respostas, de suas conclusões. Ou seja, ao buscar os segredos do mundo, as ciências naturais e humanas, as crenças baseadas na fé ou na razão, acabam explicando-o ou atribuindo-lhe um sentido, que às vezes tornar-se aceitável, e em muitas outras são meramente combatidos.


Para algumas civilizações o mito proporciona um conhecimento que explica o mundo a partir da ação de entidades, forças, energias, criaturas, personagens que se inserem em um grupo sobrenatural, ou melhor, que transcendem o mundo natural. Não diferente do mito, a religião também apresenta seus parâmetros baseados em entidades. Além disso, segundo a religião, para ser aceito na mesma é preciso crer ou ter fé no transcendental, portanto, para ter sua salvação concebida é preciso acreditar nas explicações da própria.


Na outra margem do rio, coexiste a ciência, que procura descobrir como a natureza "funciona", considerando, principalmente, as relações de causa e efeito. Nesse sentido, pretende buscar o conhecimento objetivo, isto é, que se baseia nas características do objeto, com interferência mínima do sujeito. Sem falar, ainda, no poder insaciável do senso comum, ou conhecimento espontâneo, que é a primeira compreensão do mundo, baseada na opinião, nos ditados populares, isto é, que não inclui nenhuma garantia da própria validade.


Convém aqui esclarecer que não vem ao caso discutir aqui a validade do conhecimento religioso, nem da mitologia. Em aspectos objetivos, a religião não tem como provar a existência de Deus, e em aspectos subjetivos, a ciência também não tem como provar a Sua inexistência. Cabe a nós, no geral, possuidores do poder intelectual, e crentes nas entidades religiosas, sendo cristãs ou não, sorver os parâmetros desde o senso comum, passando pelas teorias, princípios, postulados da ciência e das religiões, até as magníficas teses de Sócrates, Platão, Aristóteles que com o passar de tantos séculos ainda perduram nos âmbitos e instâncias da realidade como um todo.


Adolpho Ramsés (21 de maio de 2009).

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