sábado, 23 de maio de 2009

Mentira: Uma Verdade Insaciável

Mentir faz parte do gênero humano. Se observarmos, a mentira está presente em nossas vidas desde a infância até a velhice, das classes mais pobres aos mais ricos, na política, nas relações amorosas, no trabalho, enfim, em qualquer ambiente social que freqüentamos, ou seja, a mentira tornou-se algo que a sociedade precisa para existir.

Mas qual o sentido da mentira? Para que ela serve?

Geralmente as crianças mentem para os pais, por medo de apanharem ou por medo de ficarem de castigo por alguma travessura feita, neste caso cabe aos pais identificar tal ação e orientar seus filhos, para que os mesmos não se tornem grandes mentirosos quando adultos.

Já na fase adulta, o indivíduo mente para ser aceito no meio em que vive e, na maioria das vezes, mente a respeito de opiniões ou situações vividas, tudo isso para fazer parte de um determinado grupo, coexistindo em um profundo conformismo da nossa sociedade: o da nossa própria enganação.


Pesquisas recentes afirmam que quanto maior o contato social, maior a necessidade de mentir. Fato. Podemos dar como exemplo o local de trabalho, neste facilmente identificamos pessoas que mentem para aproveitar-se de uma situação, ou para atingir seus objetivos, que sejam promíscuos ou não. Nesse caso a mentira desempenha um papel importante, pois ao mentir, ocorre uma fuga da verdade, da realidade. Fuga que busca equilibrar a convivência interpessoal, a convivência de aceitação, de respeito, procurando satisfazer a todos. Ou melhor, para os mentirosos sem essa fuga do real não seria possível sua aceitação moral nos campos cotidianos que os rodeiam rotineiramente.

E diante das mentiras e de comportamentos bilaterais, é válido, ainda, ressaltar que nos relacionamentos pessoais, como namoro e casamento, a mentira também é um fato. E o que torna o comportamento do mentiroso instigável é o objetivo da fuga, o objetivo da mentira. Para alguns, contar a verdade levaria ao fim do “relacionamento”, para outros contar a verdade seria tão difícil como uma odisséia.


No tocante dos comportamentos bilaterais, é fácil notar políticos, como ainda os psicopatas. Possuídos de enormes virtudes e poderes, com insaciável poder de indução e de sedução, que conseguem dominar com facilidade o poder da influência fictícia, o poder da mentira. E com esse comportamento insaciável, de grande usura, que acaba inibindo a realidade, cria-se um corredor de conseqüências, ou seja, a presença de um comportamento bilateral constante que acarreta uma fuga do real, da verdade continuamente. Portanto, vêm as expressões rápidas e conhecidas: “A mentira tem perna curta...”, “Uma mentira puxa a outra...”.


Logo, a mentira não pode ser classificada com bases em generalidades, elas surgem com específicas necessidades que convenhamos. Por fim, as idéias aqui mencionadas é de uma fácil interpretação que um indivíduo, bem como a sociedade, que mente é prejudicado, seja de forma direta ou indireta, seja ele com fuga do seu próprio conformismo ou não, e como os antropólogos e sociólogos afirmam e condizem: A mentira é de graça no início, mas no final o preço a ser pago é caro, bem caro.


Adolpho Ramsés (20 de maio de 2009).